De acordo com o Credit Suisse será de 13 mil milhões de dólares o montante de investimento dos bancos europeus no Dubai (os créditos globais dos bancos europeus no Médio Oriente atingem os 2 por cento do total mundial), com alguns nomes famosos entre os credores: Credit Suisse, HSBC, BNP Paribas, Barclays, Lloyds e Royal Bank of Scotland. Muitos destes bancos não conseguiram evitar quedas de pelo menos 4 por cento na sessão de ontem.
Outros dos efeitos da moratória da companhia Nakheel, que precisará de 2 mil milhões de dólares (1,34 mil milhões de euros) para concluir os seus empreendimentos, sentiram-se no custo contra o incumprimento da dívida nos mercados emergentes, que subiu rapidamente em algumas economias como a Rússia, Indonésia e Vietname, e na queda das moedas destes países. Também na Europa, o índice Vstoxx, que reflecte o preço a pagar por protecção, através de opções, de quedas no Dow Jones Euro Stoxx 50, subiu 28 por cento para o máximo do último ano.
Apesar das incertezas e dos atrasos de dívida, Simon Maughan, analista da MF Global, acredita que "Abu Dhabi vai entrar em acção e [bail out] salvar o Dubai", território que pode não ser o único a enfrentar problemas. A Ucrânia está a tentar conter os receios dos investidores, segundo a Reuters, depois do programa de apoio de quase 11 mil milhões de euros do Fundo Monetário Internacional ter sido suspenso num país em sérias dificuldades provocadas pela recessão mundial.Os receios estão a levar os investidores a procurar investimentos mais seguros.
Quem acompanhou as bolsas em 2009 sabe como esteve o mercado. Até Março, o pânico levou as praças a mínimos, para logo ser trocado pela euforia que conduziu a um dos maiores "ralis" da história financeira. Agora, feitas as contas aos últimos três meses, as acções europeias, medidas pelo índice Dow Jones Euro Stoxx 50, estão praticamente no mesmo valor, com uma ligeira descida nos últimos 30 dias. Os bancos europeus entre as 600 maiores companhias do velho continente têm vindo a corrigir os ganhos elevados no ano, com uma queda de quase 5 por cento no último mês e de quase 6 por cento nos últimos 90 dias.
